sexta-feira, 5 de março de 2010

Povo Alado

Hoje eu estava refletindo o porquê do fascínio que o mundo das abelhas provoca em algumas pessoas, ao ponto de passarmos, como eu passei, um bom tempo com abelhas, mel, flores, etc. na mente; ficarmos sonhando acordados com aquelas pequenas criaturas em seus lares.
Talvez seja o fato de que, diferente do nosso mundo, ou do meio, ou meios sociais desenvolvidos pelos homens no decorrer de sua história, acabamos por vislumbrar nesse pequeno mundo algo próximo do que poderíamos considerar como ideal em termos de sociedade.
Parece que cada membro da colônia tem a sua atividade própria e isso é feito sem conflitos, sem tumultos. Simplesmente todos vivem tendo como princípio que devem estar à mercê da colônia, do desenvolvimento da colônia, da perpetuação da colônia.
Então temos um pequeno mundo organizado, seguindo um padrão de conduta onde a máxima é servir aos próximos, à geração que irá perpetuar a colônia. E daí a lição de que no mundo pode sim, seres vivos viverem para os outros, sem egoísmo. Esse ideal as abelhas alcançaram.

domingo, 24 de janeiro de 2010

O Poder das Plantas

Falar de plantas, ler sobre plantas, "visualizar" plantas, estudar plantas, se torna quase que um caminho natural para quem trilha ou toma contato com o incrível mundo das abelhas. E sabemos que as plantas estão na cadeia alimentar dos seres vivos como elemento principal, e nós, seres humanos, temos as plantas seja como os principais fornecedores dos nutrientes necessários à manutenção de nossa estrutura corpórea, seja como fonte de manutenção da estrutura corporal de outros seres vivos responsáveis pela nossa cadeia alimentar/nutricional.
Mas, além de fornecerem os alimentários básicos de toda uma cadeia alimentar, há muito se vem constatando que as plantas podem fornecer algo além do que a manutenção corpórea dos seres vivos que delas dependem. As plantas, ou determinadas plantas têm o poder, através de seus princípios ativos, de fazer com que a estrutura biológica dos seres vivos funcionem da melhor maneira possível, seja evitando desgastes, seja colocando os seus princípios ativos como coadjuvantes no funcionamento biológico dos seres vivos.
Várias são as pesquisas nesse sentido, e muitas se baseando no que secularmente, ou milenarmente os povos de todos os continentes conseguiram graças à observação dos efeitos das plantas e seus derivados no organismo.
E para quem quer ter mais informações sobre plantas e seus efeitos, tem esse blog muito bom, que dá dicas de como utilizarmos plantas visando o bem-estar corporal: http://curapelanatureza.blogspot.com/2008/03/receita-de-babosa-contra-o-cncer.html

As abelhas se nutrem, e nutrem as suas colônias a partir do néctar extraído das flores das plantas, e nesse néctar está contido, também, os princípios ativos dessa mesma planta, que também se encontram em outros componentes das plantas, como frutos, seiva, folhas, etc.
É de se pensar como o mel das abelhas sem-ferrão, ou indígenas, ou melíponas, é rico desses princípios ativos, haja vista que as abelhas sem-ferrão, segundo criadores e pesquisadores, não são seletivas como as abelhas européias, ou a africanizada que aqui se aclimatizou, pois essas abelhas com ferrão só "visitam" determinadas floradas, não são como as "sem ferrão", ou indígenas, que não dispensam flores, pois as sem ferrão visitam todas as flores que se acham em seu raio de ação, sem o caráter de seletividade notado nas apis (abelhas com ferrão). Daí que é fácil constatar o poder medicinal de tais méis.
Então temos uma ótima razão para valorizarmos não somente determinadas plantas que se acham úteis para a nossa saúde, ou a manutenção da mesma, como não há como não valorizar o mel fabricado pelas abelhas indígenas, ou sem ferrão, pois esses méis são "fabricados" a partir da colheita de vários tipos de néctar, das mais variadas flores e plantas, tornando, assim, um ótimo meio de colocarmos em nosso organismo nutrientes os mais variados e que atuam de alguma maneira na prevenção ou tratamento de males que acometem os seres humanos em algum momento de suas vidas.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Onde Estão as Abelhas II








Quase dois anos depois de postar a foto desta colônia, como pode-se observar em uma postagem anterior, de dois anos atrás, a colônia, enfim, deu razão, infelizmente, ao título do post. Estaria eu, àquele tempo, profetizando o futuro desta colônia? O certo é que o mal foi feito. Não sei se por algum meliponicultor, que a tenha transferido para uma caixa definitiva, longe dos predadores... Mas pelo aspecto da "extração" da colônia, haja vista que o tronco ficou com uma fenda que o atravessa para o outro lado, tudo indica que algum "meleiro" fez um extrativismo de consumiu o mel das abelhas no local, e "detonou" essa bela colônia.


Colônia Perdida na Mata II




A boa notícia. Quase dois anos depois de visualizada essa colônia perdida na mata, a mesma continuava firme e forte, talvez mesmo por estar localizada em um local de diícil acesso, ou melhor dizendo, perdida na mata. Continua essa colônia, geração após geração, a manter-se e seguir a sua função biológica.



sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

A Sentinela


A sentinela é o "vigia" que fica na entrada das colônias das meliponas, ou abelhas sem-ferrão, e a função dessa abelha na entrada dos ninhos seria de regular a entrada ou não deixá-la tão exposta ao meio externo; ou talvez sirva como um "guia" de localização às abelhas campeiras que chegam da "colheita" no campo. Mas o mais intrigante é a escolha de uma abelha da colônia para fazer essa importante função, pois numa divisão de colônias, sempre as duas acabam, ao final do processo, tendo suas próprias sentinelas.
Vídeo demonstrativo: http://www.youtube.com/watch?v=qUKFNhs28cw

domingo, 29 de novembro de 2009

Discos de cria via Sedex?


É possível o transporte de discos de cria via Sedex (Correios) como forma dos criadores evitarem a terrível consaguinidade ocasionada por meliponários com menos de 44 colônias, ou como forma de chegar nesse ótimo número de colônias através das divisões das mesmas? Sim, e ganha-se assim em velocidade na ação, pois o serviço mostra-se ágil, levando até dois dias para efetuar a entrega, o que permite um tempo hábil para que acha a utilização dos discos em uma divisão, mesmo sendo os discos "maduros" ou com crias prestes a eclodir.
Os cuidados no transporte se resumem em colocar os discos em uma pequena caixa de isopor, onde no seu interior "forramos" os discos com algum papel mais macio. Essa caixa de isopor deve ser furada com um palito de dente a fim de permitir a circulação do ar no interior da mesma.
Acomoda-se essa pequena caixa de isopor dentro de uma caixa de papelão maior e entre as duas "forramos" novamente com jornais amassados, como acontece no transporte de mercadorias frágeis. E fura-se também essa caixa de papelão com um palito de dente.
Não deve-se colocar alimento no interior da caixa, tipo cândi, pois pode atrais insetos, notadamente formigas, sendo assim um perigo aos discos de cria.
No mais é aproveitarmos essa possibilidade que temos de haver essa condição de renovação de material genético nas criações, permitindo que a criação se perpetue sem riscos de extinção

domingo, 13 de setembro de 2009

Caixa Muito Rústica

Essa caixa observada é um ótimo exemplo que colônias de abelhas sem-ferrão em todas as regiões do Brasil são acondicionadas sob as mais variadas condições, que vão de caixas rústicas, cabaças (fruto de um tipo de curcubitácea), troncos etc., até caixas racionais. Podemos notar que caixas rústicas, sem pintura externa, com grandes frestas, feitas com madeira não-nobre, além de dificultar o acesso à colheita do mel, têm a vida útil dimuída, além de aumentar o serviço interno das obreiras com a tarefa de fechar as grandes frestas de tais caixas. Como também facilitam o ataque dos predadores e parasitas naturais das colônias.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

As abelhas e Deus


A foto é de uma igreja na Serra de Ibiapaba-Ce. E esta postagem no blog tem a ver com a constatação de que o meu interesse pelas abelhas - que já foi muito maior há dez anos -, sempre esteve relacionado a acontecimentos considerados transcendentes, ou esteve muito relacionado com algum tipo de espiritualidade que só viria aflorar mais tarde... Mas constatei na época que o livro, ou o único livro totalmente voltado para a jandaíra, e que seria uma espécie de tesouro descoberto pelo futuro criador iniciante, era de autoria de um Monsenhor de Mossoró... Que a primeira vez que me vi defronte a um meliponário de verdade - e não através dos livros e vídeos -, foi em um mosteiro jesuíta ao qual estava passando um feriado com a família... Como também o cortiço que adquiri por último com o fito de evitar a consanguinidade na criação, era proveniente, segundo me informou quem o trouxe, de uma criação de um pastor evangélico que tinha os cortiços colocados no sótão de sua igreja, e através dos mesmos, ou com a venda dos mesmos ganhava uma grana extra para o seu sustento... Então Deus esteve muito relacionado, por esse tempo, com o meu começo e entusiasmo com as abelhas. Entusiasmo que espero um dia retomar, porque podemos aprender muito com a observação da natureza, de como os animais vivem sem grandes sobressaltos, a sua condição biológica. Então poderia relatar outros acontecimentos extraordinários que poderiam ganhar ares místicos se os colocasse à baila, mas esses fatos mereciam ser registrados neste blog, como forma de lembrança agradável.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Perigo à Vista?

Apareceu por essas bandas um grupo de saguis, também conhecidos no Nordeste como "Soins", e apesar do meliponário se localizar em um meio urbano, mesmo que numa área limítrofe da cidade, me surpreendeu esta presença desses pequenos animais "andando" pelos muros e telhados das residências, e me veio à mente a possibilidade dos mesmos serem, também, predadores de abelhas sem-ferrão como as jandaíras, principalmente as acondicionadas em caixas e ao alcance da curiosidade primata de tais animais. Só o tempo e a observação haverão de nos responder a essa dúvida.

sábado, 2 de maio de 2009

A "Bíblia" dos Meliponicultores Brasileiros



Este livro do Prof. Paulo Nogueira Neto é considerado o precursor da meliponicultura no Brasil, pois trouxe, de modo científico, as técnicas já implantadas - à época - na apicultura, tornando a meliponicultura uma criação mais racional.

Quem puder ter a oportunidade de ler este livro se deparará com um tesouro literário, já considerado raro, pois várias edições foram lançadas e encontram-se esgotadas.
Numa pesquisa no Google encontrei este endereço que fornece o livro em sua íntegra, só não sei até quando estará disponível: http://eco.ib.usp.br/beelab/pdfs/livro_pnn.pdf

sábado, 31 de janeiro de 2009

Outro Meliponário


Meliponário observado em Nova Friburgo-RJ, em que há uma maior separação das caixas. Isso devido às duas espécies colocadas nos cavaletes, pois trata-se da Mandaçaia e da famosa Jataí, ambas, principalmente a Mandaçaia, mais encontradas no Sudeste do país, na Mata Atlântica, e por ser a Jataí das família das trigonas (torçe-cabelos), temos a razão desta separação entre as caixas. Um meliponário feito com materiais da região.

sábado, 4 de outubro de 2008

Meliponário Rústico


Nesta imagem temos um meliponário rústico, e meliponários podem ser feitos com os mais variados materiais disponíveis, contanto que permitam uma estabilidade no local em que os mesmos se encontram; e também fiquem embaixo de algum local com sombra, de preferência árvores que, mesmo frutíferas, os frutos sejam de pequeno porte, para que não venham a danificar a estrutura do meliponário, que pode sofrer avarias, principalmente em sua cobertura.
A disposição das caixas deve ser feita de modo que haja um aproveitamento no espaço do terreno. Mas não deixando de manter um pequeno espaço que seja, entre as caixas, ou colônias de abelhas. Fator indispensável, principalmente quando forem feitas as duplicações de caixas.
Casas com quintais de médio porte podem servir de local para a instalação de meliponários, mas é importante que próximo à residência exista alguma área arborizada.
Muitos criadores dizem, com razão, que residências mais localizadas nas periferias das cidades são ideais, não somente devido à maior disponibilidade de campo de extração de néctar, mas, sobretudo, ficam menos vulneráveis às pulverizações de inseticidas no combate à dengue nos grandes centros urbanos, ações essas que conseguem danificar colônias de abelhas, como já verificado por nós.

domingo, 24 de agosto de 2008

Onde estão as Abelhas?


Essa foto foi tirada há dois meses numa mata atlântica, e mostra uma espécie de abelha indígena sem-ferrão trigona. Essas abelhas trigonas, por seu tamanho diminuto, são mais fáceis de serem encontradas, pois necessitam de pouco espaço, tanto para ocupar algum local que sirva de ninho, como tijojos furados, paredes, reentrâncias as mais diversas que possam proporcionar-lhes um desenvolvimento enquanto colônia, como o "campo melífero", ou o seu raio de ação em termos de coléta de néctar é menor, podendo muito bem ser encontrada no meio urbano.
Já constatei abelhas trigonas na área urbana, pois, ao contrário das melíponas (jandaíra, uruçu, tiúba, mandaçaia, etc.) que são abelhas maiores, elas estão presentes, mesmo que "invisíveis" ao nosso campo de visão.
Não foi o caso da colônia acima, em que a entrada do ninho mostra-se desproporcional ao tamanho das abelhas.
Observar a vida das abelhas, é observar e entender a vida de um modo geral, a começar por uma pequena escala.

sábado, 19 de julho de 2008

E como perceber uma florada?


Uma forma de perceber que há uma florada "atuante" no campo, é quando as jandaíras não querem saber de alimentação artificial ministrada externamente, ou seja, em bandejas externas, colocadas para este fim. Não adianta colocar mel puro para servir como "guia" até as bandejas, ou qualquer outra estratégia, pois as abelhas já têm um endereço certo para a sua alimentação. No nosso caso é a florada do cajueiro, e quase simultaneamente a da manga. Então é ficar despreocupado com a manutenção das colônias.

domingo, 15 de junho de 2008

Medidas e Modelos de Caixas Para Abelhas


Temos vários modelos de caixas utilizados Brasil afora, na criação de abelhas indígenas, ou sem-ferrão, ou as chamadas melíponas, e as caixas e suas medidas dependem do tipo de abelha, pois existem modelos de acordo com o tamanho da mesma. Este site http://www.apacame.org.br/mensagemdoce/45/nativas.htm é o melhor que já pesquisei e mostra de forma didática e muito acessível visualmente, quais as medidas mais apropriadas para a criação das abelhas. Aqui no Nordeste, em algumas regiões, notadamente no Ceará e no Rio Grande do Norte, temos as chamadas "caixas nordestinas", uma caixa que facilita a coleta do mel, e por ser mais rústica é de mais fácil confecção. São cortiços horizontais tais como aquela foto anterior à da caixa PNN, e as medidas são 10cm de altura, 7cm de largura e 50cm a 75 cm de cumprimento