sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Uma Reportagem da Globo Rural em 22.08.07


"Um projeto de reintrodução da abelha jandaíra está fazendo sucesso no oeste do Rio Grande do Norte. Além de garantir renda para agricultoras, o programa ajuda a preservar este tipo de abelha, que não tem ferrão e é nativa da caatinga.
Nesta época de ventos fortes, janelas e portas ficam sempre fechadas no assentamento Novo Pinheirinho, na zona rural de Mossoró. A agricultora Noilde Xavier cuida para que a poeira não cubra os móveis.
No quintal, guardado por fruteiras, o maior tesouro da casa está protegido. A agricultora é uma das cem mulheres cadastradas no projeto Padre Humberto. Ela divide as tarefas domésticas com o manejo da abelha jandaíra. “É muito fácil o manejo e eu gostei muito”.
O projeto Padre Humberto foi criado há dois anos e beneficia famílias de dez comunidades rurais no sertão potiguar. O detalhe é que só mulheres foram cadastradas para cuidar da abelha jandaíra. “Pelo seu manejo ser extremamente simples e não precisar da força física, não tira das mulheres a atividade do seu dia-a-dia, ou seja, seus afazeres domésticos”, explica o coordenador do projeto Paulo Menezes.
O manejo é simples. Só em época de seca as mulheres precisam alimentar as abelhas botando água com açúcar. Em ano de bom inverno é possível fazer até duas colheitas, mas como as chuvas foram irregulares no sertão potiguar, a produção deve diminuir cerca de 50% em relação ao ano passado.
A baixa produtividade é compensada pelo preço. O litro do mel da jandaíra é comercializado por R$ 70,00. “Faz mais ou menos seis meses que eu estou com as abelhas e já colhi quatro litros de mel. E a gente não gasta nada”, conta a agricultora Alzira Soares.
O projeto é uma homenagem ao padre Humberto Bruning, um grande estudioso da abelha jandaíra".

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